quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Jogos Cartomânticos: Anagramas.

Tenho gastado alguns neurônios tentando criar jogos cartomânticos com o Tarot de Marselha, jogos que favoreçam a leitura baseada em ritmos, rimas e padrões entre os seus objetos, roupas, chapéus, torres, vasos, moedas, etc. Acabei criando dois jogos. o primeiro tem uma história que merece ser contada, portanto, pela falta de tempo, deixo para o final de semana, afinal, isso que chamo de Trama de Olhares é uma entidade do Mundo Imaginário cujo méduim sou apenas eu. O segundo jogo brotou como um insight durante uma sessão de meditação. Sua mecânica é bem simples, e pode ser jogado sozinho ou acompanhado.
É assim, você pega um conjunto de anagramas com poucas letras. No exemplo de jogo usarei "Muro/Rumo", mas pode-se usar outros, como "Vela/Leva/Vale/Lave", ou "Porta/Trapo/Tropa/Parto".

 >Escreva os anagramas em papéis e os divida em grupos, assim:

>E se quiser, escreva as letras em papeizinhos, para não se perder nas leituras, assim:

>Coloque os grupos de anagramas com as faces para baixo, para que o consulente não saiba em qual monte está cada grupo.

>Peça para que ela ou ele escolha o monte, e em seguida escolha 1 palavra. Sugiro que se use um máximo de 3 anagramas.

>Mostre a palavra ao consulente, para que ela pesque algum conteúdo da sua mente, evite sugerir temas.

>Misture as cartas. 

>Monte a primeira palavra na mesa, e tire uma carta para cada letra.

>Leia as cartas, e logo após peça para  o consulente sortear outra palavra do monte.

>Troque as letras de lugar, junto com as cartas correspondentes. Esta é a nova sequência. Aqui pode ser lido um conteúdo "fisgado" da mente do consulente, ou pode ser lido em relação com a leitura anterior, por exemplo, "como um muro se torna um rumo?", importante ressaltar que neste jogo cartomântico o consulente não precisa trazer "grandes questões", nem nada "profundo", inclusive as próprias palavras podem ser lidas, e tomadas como o próprio conteúdo.

>O jogo tem esta mecânica principal, mas assim como existem várias modalidades de canastra, ou buraco, deste esqueleto podem brotar outras variantes. Por exemplo, você pode experimentar ler o desenrolar de um processo no anagrama "serpente/presente", com as cartas em espiral, e tentar ver se no ventre do processo existe peçonha, risco de repentino bote oculto nas moitas do destino, aliás, "repente" também é anagrama de "serpente".

A seguir, dou um exemplo rápido de jogo.

A consulente escolheu o montinho que contém "rumo/muro", elegendo "muro" como primeira palavra. Ela olha a palavra, e diz estar encontrando muita dificuldade  para direcionar a sua energia criativa, sente que deveria atrelar as suas finanças às suas estrelas, sua criatividade talentos. Ela não sabe no que focar. As cartas ficaram assim:


Temos a consulente diante de todas as suas potencialidades, e nas suas mãos, a certeza de que aquilo pode frutificar em independência financeira, deste bastão o ouro começa a brotar em dois pontos, mas ele parece estar invertido. Se ela finca o bastão na terra do jeito certo, brota o Ás de Copas, todas as suas potencialidades na verdade formam uma linda catedral, a separação e contradição são ilusórias, no fim a Temperance ressalta que os vasos são comunicantes, nada deve ser excluído, o rumo, ou o caminho, é a integração. Mas e o muro que impede a integração?


A catedral salta para o começo da sequência, tornando-se ansiedade, queima de etapas, "meter os pés pelas mãos", é preciso sentir o ritmo das coisas, pois esta integração não virá assim da noite para o dia, a consulente cata muito bem, e tem contatos de casas noturnas, tem composições próprias, poderia começar por aí, respeitando os limites das casas, e mantendo-se aberta para o surgimento de outras oportunidades que contemplem algo mais amplo, experimental e integrativo. Aliás, acabo de dar uma pesquisada rápida no ditado acima citado, e olha o que me apareceu, "José sabia que não sabe levantar muro, não amarrou direito, caiu...ele meteu os pés pelas mãos." Tem "muro" no exemplo!
A segunda mensagem fala sobre o obstáculo da excessiva mensuração, um tipo de concentração que atrapalha o fluir das energias, a flexibilidade da mente. É preciso estar alerta e aberta, para perceber as conexões e o brilho as vezes fugaz das grandes oportunidades, brilho semelhante ao que vemos sobre águas agitadas numa tarde de sol.

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Espero que tenham gostado do jogo. Qualquer pessoa que queira utilizar este conteúdo está plenamente autorizada, se puder citar o meu trabalho, mió ainda! Se acrescentar algo, adoraria receber os feedbacks. Quem quiser jogar comigo este e outros jogos, inclusive a cartomancia mas clássica, me procura no chat do face, ou pelo e-mail tramadeolhares2016@gmail.com.

Abraços a tod@s, 
Salud!

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Trama de Olhares
Rafael Medeiros
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Dobrar o ouro, ou ver dobrado unindo os olhos num ponto. Tentar refazer a mesma bolha, Transmigrar de globos. Ouro de bobo: seduz, mas s...